Consumo consciente: como tornar seu negócio mais humano e sustentável

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A era do consumo consciente já é realidade, e as empresas estão adaptando seus negócios para gerar valor e contribuir de fato com a sociedade. 

Isso significa tornar os negócios mais humanos e sustentáveis, partindo de um propósito maior em vez da simples geração de lucros — o resultado financeiro é consequência, e não prioridade.  Essa tendência ficou ainda mais forte com a pandemia do coronavírus, que revelou a necessidade de um capitalismo humanizado e empresas que priorizam sua função social. 

Por isso, nos baseamos em uma live especial da Comece com o Pé Direito com especialistas no assunto para ajudar você a adequar sua empresa aos princípios do consumo consciente. Leia até o fim e confira dicas exclusivas para acompanhar esse movimento do mercado.

O que significa consumo consciente e por que é importante?

Consumo consciente é a escolha de produtos e serviços sustentáveis e relações econômicas mais justas, que busca poupar recursos em nome da preservação do meio ambiente e contribuição com a sociedade em longo prazo.

Essa tendência surgiu como resposta ao avanço desenfreado do consumismo e seus impactos sociais e ambientais, que vêm esgotando a capacidade de renovação do planeta e ameaçando as futuras gerações.

Do lado das empresas, o conceito de capitalismo consciente surgiu no final da década de 2000, nos EUA, a partir de um estudo conduzido pelos pesquisadores e especialistas em comportamento do consumidor Raj Sisodia, Jaf Shereth e David Wolf.

Após estudar a fundo as empresas que conseguiam manter altos níveis de fidelidade e reputação impecável sem investir muito em marketing, o grupo de pesquisadores lançou o livro Empresas Humanizadas (Eckschmidt, 2015), publicado originalmente em 2007.

A obra prevê uma nova fase do capitalismo em que as pessoas “buscam por propósitos maiores em suas vidas, e não somente posses”, justificando o surgimento de empresas “que priorizam a paixão, a autenticidade, a empatia e a geração de valor”. 

De fato, a era do consumo consciente chegou e cada vez mais empresas buscam se adequar às expectativas de um mercado mais humano, solidário e colaborativo.

E isso não significa deixar o dinheiro de lado, mas sim fazer do lucro a consequência de um trabalho significativo — e não o propósito central da empresa.  

4 princípios do capitalismo consciente

De acordo com o Instituto Capitalismo Consciente Brasil, a prática do capitalismo e consumo consciente se baseia em quatro princípios:

  • Propósito maior: é a razão de existir da empresa e sua causa essencial, que deve ser muito mais do que simplesmente gerar lucros
  • Cultura consciente: é a incorporação dos valores, princípios e práticas propostos pela empresa para conectar pessoas (stakeholders)
  • Liderança consciente: significa uma liderança preparada para representar o propósito da empresa e disseminar seus valores, cultivando uma cultura de confiança e cuidado
  • Orientação para stakeholders: é a geração de valor para os diferentes stakeholders que se relacionam com a empresa, como clientes, colaboradores, fornecedores, parceiros e a própria sociedade. 

3 empresas que representam o consumo consciente 

No Brasil, já existem várias empresas e startups que representam o consumo consciente e buscam uma forma mais humana e justa de fazer negócios. Veja alguns exemplos:

Reserva

Reserva é um case de sucesso do consumo consciente, pois transformou a moda masculina em uma mídia para promover as causas da empresa.

A empresa produz 95% das peças no Brasil para fortalecer o mercado nacional, utiliza materiais reciclados, faz entregas de bicicleta, aborda temas de direitos humanos nas coleções e colabora com diversos projetos sociais, só para citar algumas iniciativas.

Atualmente, a Reserva se compromete a doar 5 pratos de comida para famílias carentes a cada peça de roupa vendida. 

Pedala

Pedala é uma startup de entregas sustentáveis que oferece o serviço de ciclo entrega para lojas online.

A empresa já realizou mais de 400 mil entregas de bicicleta nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Niterói, evitando a emissão de 130 toneladas de CO2 na atmosfera.

Dessa forma, a empresa promove a qualidade de vida e sustentabilidade aliada à eficiência na logística.

Dobra

Dobra ficou conhecida por criar uma carteira de papel sustentável e revolucionar o setor de moda. 

Atualmente, a empresa oferece bolsas, carteiras, camisetas, tênis e outros produtos que seguem princípios do consumo consciente.

Todas as embalagens são reutilizáveis, os cartões de visita são feitos de papel biodegradável, as estampas são produzidas por artistas independentes e parte do lucro dos produtos é revertido para projetos sociais, por exemplo.

4 dicas para posicionar sua empresa na era do consumo consciente

Conversamos com os fundadores da Dobra, Alcides Silva e Guilherme Massena, em uma live especial da Comece com o Pé Direito gravada em maio de 2020, para entender como eles posicionaram a empresa na era do consumo consciente. Confira as dicas exclusivas que eles compartilharam com a gente. 

1. Encontre seu propósito

Para Guilherme Massena, o primeiro passo para aderir ao consumo consciente é resgatar a essência do negócio, ou seja, conectar-se com a razão de existir da empresa.

Para isso, é preciso ter um propósito maior e uma cultura focada nesses valores, com uma liderança totalmente sintonizada e comprometida. 

Além disso, a empresa deve entregar valor real para colaboradores, parceiros e comunidade, e não apenas resultados financeiros para sócios e acionistas.

No caso, esse valor significa gerar impacto positivo e contribuir para melhorar a qualidade de vida de pessoas, preservar o meio ambiente e promover um comércio justo, por exemplo. 

2. Faça as três perguntas-chave do capitalismo consciente

Outro ponto de partida importante para o capitalismo consciente, na visão dos fundadores da Dobra, é fazer as três perguntas-chave sobre o seu negócio:

  • Por que a sua empresa existe?
  • Qual diferença você faz na comunidade?
  • O que aconteceria se sua empresa desaparecesse?

Essas simples questões justificam a existência da empresa e sua sobrevivência, além de identificar seu impacto e relevância no mercado e sociedade como um todo.

3. Seja verdadeiro e autêntico

Outra dica de Guilherme Massena é aderir ao consumo consciente de maneira verdadeira e autêntica, e não apenas para seguir uma tendência de mercado.

Por exemplo, se você só envia mimos para clientes específicos com o intuito de gerar mídia espontânea nas redes sociais, essa ação é apenas parte da estratégia de marketing, e não uma valorização sincera do relacionamento com o cliente.

Logo, a mensagem é buscar sua verdade e encontrar sua forma de valorizar pessoas — como fez a Dobra — sem copiar as iniciativas de outras empresas.

4. Valorize pessoas

Para Alcides Silva, as empresas são construídas essencialmente por pessoas, e não apenas um “público-alvo” ou “stakeholders”.

Esses indivíduos que tornam os negócios possíveis devem ser valorizados em uma relação humanizada, sem os rótulos de “clientes”, “fornecedores”, “colaboradores” e outros termos formais do mercado.

Então, para priorizar o consumo consciente, é preciso tirar essas máscaras e romper as barreiras do estigma corporativo, voltando a olhar para cada ser humano como único e deixando que as relações fluam mais naturalmente. 

Esse é o recado dos fundadores da Dobra, que conseguiram reinventar seu negócio durante a crise com os princípios do consumo consciente.

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