A cultura ESG tem se tornado cada vez mais uma prática de gestão no universo corporativo e uma tendência entre empresas com visão de longo prazo.
Nas teleconferências de resultados das companhias listadas em 2024, por exemplo, o termo ESG foi citado 224 vezes, conforme este relatório da XP.
A adoção de critérios ambientais, sociais e de governança, no entanto, não se restringe às grandes multinacionais.
Integra também o ecossistema startup.
Ao incorporar a cultura ESG nos processos de gestão, as empresas inovadoras se posicionam de maneira proativa frente às exigências do mercado — e ganham pontos com isso.
Mas afinal, como definir os princípios ESG? Quais os benefícios para startups? Quais os desafios de implementação?
Se você tem dúvidas como essas, continue a leitura.
O que é cultura ESG?
Cultura ESG é a integração dos princípios ambientais, sociais e de governança às estratégias e práticas de uma empresa.
Significa que, além de estruturar a operação visando lucro, a organização deve considerar o impacto de suas atividades no meio ambiente, nas comunidades e na forma como é administrada.
Essa cultura vai além de ações isoladas: deve ser incorporada ao cerne das operações em todos os níveis.
Práticas como redução de emissões de carbono, uso consciente dos recursos naturais, promoção da diversidade no ambiente de trabalho e transparência são alguns exemplos.
Qual a importância da cultura ESG nas empresas?
A cultura ESG nas empresas é cada vez mais necessária por diversos motivos.
Afinal, tanto investidores quanto consumidores e parceiros de negócios têm dado mais importância às organizações que adotam práticas sustentáveis e responsáveis.
Muitos fundos de investimentos, inclusive os private equity e venture capital, usam os critérios ESG para escolher em quais negócios aportar recursos.
Quanto às relações de mercado, a cultura ESG pode melhorar a reputação da empresa, fortalecer sua relação com clientes e colaboradores e abrir portas para novas oportunidades.
Benefícios da cultura ESG em startups
Para as startups, a adoção da cultura ESG pode trazer uma série de benefícios que vão além da responsabilidade socioambiental.
Primeiro, ao incorporar práticas ESG à gestão, a startup consegue se diferenciar no mercado, atraindo não só consumidores mais conscientes, como também investidores que priorizam negócios comprometidos com a sustentabilidade.
Mas não é só isso.
A cultura ESG pode se tornar também parte do modelo de negócios.
Você pode criar uma startup para oferecer, por exemplo, soluções focadas em ESG para outras empresas no formato B2B, criando produtos e serviços que ajudem outras organizações a melhorar suas práticas ambientais, sociais e de governança.
Dessa forma, além de fortalecer a própria cultura interna, a startup pode impulsionar a transformação em outras empresas, aumentando seu impacto positivo no mercado.
No episódio 21 da trilha, Por Dentro do Foguete, discutimos a importância da inovação no contexto de ESG (Environmental, Social, Governance).
Para enriquecer essa conversa, convidamos três especialistas que são referências na área: Alexandre Kelemen, cofundador da Mangue Tech, Larissa Faresin, Gerente de Sustentabilidade e Diversidade na Edenred Brasil, e Beatriz Secaf, Head de Sustentabilidade no BNP Paribas Brasil.
Como implementar uma cultura ESG na sua empresa?
Embora seja um desafio, implementar a cultura ESG em negócios inovadores é plenamente possível se você seguir algumas dicas e etapas práticas.
A seguir, confira um roteiro de como fazer.
1. Compreensão profunda dos critérios ESG
O primeiro passo é entender completamente o que são os critérios ESG e como eles se aplicam à realidade da sua empresa.
Trata-se de um processo que envolve estudar as principais práticas ambientais, sociais e de governança e identificar aquelas que fazem mais sentido para o seu contexto.
Uma empresa de tecnologia, por exemplo, pode focar na redução de consumo energético, ao passo que uma indústria pode priorizar o uso de materiais sustentáveis.
2. Envolvimento da liderança
Para que a cultura ESG seja bem-sucedida, é fundamental que a liderança esteja comprometida e engajada.
CEOs, CFOs, diretores e gerentes devem ser os principais “patrocinadores” dessa transformação.
Além de comunicarem a importância do ESG para todos os colaboradores, devem alinhar os objetivos estratégicos do negócio com as práticas adotadas.
3. Definição de metas claras e mensuráveis
É importante estabelecer também metas ESG que sejam específicas e mensuráveis.
Definir, por exemplo, uma meta de redução de emissões de CO2 ou de participação em programas sociais permite que a empresa acompanhe o progresso e ajuste suas estratégias conforme necessário.
O método SMART se aplica bem aqui.
4. Treinamento e conscientização
A implementação de uma cultura ESG exige que todos os colaboradores estejam bem informados sobre o que tais práticas significam e como contribuir com elas.
Realizar treinamentos internos, palestras e workshops sobre práticas sustentáveis e de responsabilidade social torna-se essencial para engajar a equipe.
5. Parcerias estratégicas
Buscar parcerias com organizações especializadas em ESG pode acelerar o processo de implementação e garantir que sua empresa esteja adotando as melhores práticas.
Muitas consultorias podem ajudar a definir métricas adequadas, orientar na comunicação com investidores ou até mesmo identificar oportunidades de financiamento.
6. Monitoramento e transparência
Uma vez implementadas as práticas ESG, é necessário monitorar regularmente os resultados.
A transparência, vale ressaltar, é fundamental para manter a confiança dos stakeholders — especialmente os investidores.
Divulgar relatórios de impacto e comunicar claramente os avanços alcançados, bem como os desafios, comprova que o ESG não ficou apenas no discurso.
Desafios da implementação de uma cultura ESG
Implementar uma cultura ESG, como vimos, pode ser um processo desafiador, especialmente para startups em fases embrionárias.
Um dos principais obstáculos é o custo de algumas práticas, como a adoção de tecnologias sustentáveis ou adequação a normas ambientais.
No entanto, com planejamento estratégico, muitas dessas despesas se convertem em economias de longo prazo.
Outro desafio é a mudança de mentalidade.
Em muitos casos, os colaboradores e até mesmo os líderes da empresa podem não estar completamente convencidos dos benefícios de uma cultura ESG.
Nesse sentido, é importante investir em educação e conscientização, mostrando como essas práticas podem gerar valor para o negócio.
Por fim, a implementação exige que a empresa se mantenha constantemente atualizada sobre as mudanças nas regulamentações e expectativas do mercado.
Se a sua startup está em busca de apoio para implementar a cultura ESG de forma eficiente e estratégica, a Comece, principal hub de soluções especializadas em negócios inovadores no Brasil, pode ajudar.
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