Startup enxuta: o que caracteriza esse modelo de negócio?

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A startup enxuta é um modelo de gestão que foca em criar produtos ou serviços com o mínimo de recursos, validando ideias rapidamente no mercado.

Seu conceito (lean startup), difundido pelo livro homônimo de Eric Ries, se tornou um lema entre os empreendedores do ecossistema de inovação tecnológica. 

A ideia parte do pressuposto de que, para obter sucesso no ambiente de extrema incerteza no qual as startups estão inseridas, é preciso ter uma estrutura leve e agir rápido.

Errar faz parte do processo de aprendizagem e é quase inevitável no contexto dos modelos de negócios disruptivos.

Assim, o segredo das startups enxutas está em reconhecer os erros e aprender com eles, em um processo cíclico de aprimoramento.

Entenda neste texto quais são os pilares desse modelo e como colocá-lo em prática.

O que é startup enxuta?

Startup enxuta (ou lean startup, em inglês) é uma prática de gestão que tem como objetivo simplificar e dar dinamismo ao desenvolvimento de novos negócios com o mínimo possível de recursos.

Ao invés de planos estratégicos confeccionados a partir de pesquisas aprofundadas e complexas, a startup enxuta adota métodos ágeis, simples e práticos.

O conceito lean tem como base dois pilares principais:

  1. Redução do desperdício
  2. Aprendizagem contínua.

Quanto ao desperdício, a eficiência no emprego dos recursos não se restringe ao investimento financeiro apenas.

Considera também o uso de tempo e de recursos humanos.

Quanto à aprendizagem contínua, a startup enxuta busca aprender na prática por meio da experimentação e participação do público-alvo na validação das hipóteses.

Livro A Startup Enxuta

As principais práticas de gestão adotadas pelas startups nos dias de hoje se devem, em grande parte, aos ensinamentos do livro A Startup Enxuta, de Eric Ries

A obra faz parte do acervo de leituras obrigatórias para empreendedores que usam a inovação com o objetivo de criar empresas lucrativas e exponenciais.

Alguns termos usados no cotidiano das startups, como pivotagem e MVP, ganharam notoriedade a partir da publicação do bestseller. 

Ries define startup como uma organização nascida em um contexto de extrema incerteza e que busca, por meio da inovação, se tornar um negócio escalável e lucrativo.

Para que isso seja possível, a experimentação assume o lugar de planos convencionais e o feedback dos clientes é mais importante do que a intuição do empreendedor.

Ao usar exemplos de empresas de sucesso, o livro Startup Enxuta explica como construir um produto, testar sua aceitação, analisar feedbacks e aprender com os erros.

O que caracteriza uma startup enxuta?

Diferentemente de uma empresa tradicional que atua em um segmento testado, a startup enxuta tem como missão abrir novos caminhos e desbravar novos mercados.

Empreender em ambientes de extrema incerteza, como conceitua Eric Ries, exige flexibilidade e dinamismo para se permitir errar e aprender fazendo. 

Afinal, não há receita pronta para a inovação.

As principais características de uma startup enxuta, portanto, são:

Métodos ágeis

Inspirados no manifesto ágil, criado por desenvolvedores de softwares dos Estados Unidos, os métodos ágeis devem fazer parte da gestão de uma startup de maneira integrada. 

Nesse aspecto, há diversos instrumentos que desburocratizam processos e otimizam tarefas, como o Business Model Canvas, o Agile Finance, o Design Thinking, entre outros.

Economia de recursos

Uma startup enxuta não desperdiça recursos humanos e financeiros até que o projeto esteja adequado às necessidades do mercado, o chamado product-market fit.

A ideia é gastar o mínimo possível durante a fase de ideação e de concepção da ideia de negócio, de modo que o impacto seja absorvido caso haja necessidade de pivotar.

A redução de desperdícios, aliás, não é uma exclusividade das startups: também faz parte da filosofia consagrada dos processos industriais.

Validação do público

A aprovação do público na fase de validação de hipóteses das startups enxutas ocorre por meio de instrumentos como o MVP (Minimum Viable Product)

Trata-se de um protótipo com as funcionalidades básicas do produto, criado com o mínimo de recursos possível, cuja finalidade é captar feedbacks.

Se as reações do público forem positivas, o empreendedor tem sinal verde para seguir adiante e implementar mais detalhes.

Caso contrário, pode ser necessário repensar o modelo de negócio ou desistir da ideia.

Aperfeiçoamento contínuo

A melhoria contínua, tanto de processos quanto de produtos, visa essencialmente à redução dos ciclos de desenvolvimento em uma startup enxuta. 

Há um método para isso, denominado PDCA: Planejar, Fazer, Checar e Agir. 

São casos em que a inovação incremental entra em cena, em um processo de aperfeiçoamento ininterrupto, com a intenção de manter e aumentar o market share.

Como ser uma startup enxuta na prática

Na prática, tornar-se uma startup enxuta significa ser o mais eficiente possível no emprego de recursos, tanto financeiros quanto não financeiros.

O tempo também é um ativo valioso, portanto, evite desperdiçá-lo com processos burocráticos e irrelevantes. 

Para ajudar a implementar os princípios da startup enxuta no seu negócio, confira algumas dicas a seguir.

1. Adote o Customer Development

Antes de gastar dinheiro com o lançamento de produtos bem elaborados seguindo a intuição, ouça seu cliente.

A metodologia customer development diz exatamente isso: a startup enxuta deve entender as dores do cliente para oferecer a ele a solução adequada.

2. Automatize o que puder

As startups, sobretudo nos estágios iniciais, contam com equipes reduzidas, e nem sempre há recursos suficientes para investir em estrutura e contratar equipes

A boa notícia é que existem soluções tecnológicas que podem automatizar funções repetitivas e melhorar os índices de produtividade.

3. Valide rapidamente hipóteses e soluções

Ao identificar uma ideia promissora, o tempo é fator determinante para validar se ela realmente faz sentido para o mercado. 

Testar hipóteses de forma ágil permite que a startup descubra rapidamente se deve seguir em frente ou mudar de direção.

Essa validação pode ser feita por meio de entrevistas com potenciais clientes, testes A/B, lançamentos controlados ou experimentos simples. 

O importante é transformar suposições em conhecimento, com base em evidências concretas.

Negócios que esperam tempo demais para validar tendem a investir recursos em produtos ou serviços que o mercado não deseja.

A validação rápida, por sua vez, acelera o aprendizado e reduz o risco de falhas.

4. Invista em MVPs (Produto Mínimo Viável)

A ideia central do MVP é testar uma solução com o menor investimento possível para obter o máximo de informações sobre sua viabilidade.

Um MVP não precisa ser perfeito ou completo: basta que entregue valor ao cliente de forma simples, funcional e eficiente.

Pode incluir, por exemplo, um serviço manual, uma landing page, um protótipo interativo ou um produto com funcionalidades reduzidas.

O objetivo é permitir a compreensão sobre quais funcionalidades realmente importam para o público, o que deve ser ajustado e se a proposta de valor está alinhada com as expectativas.

5. Utilize métricas claras para guiar decisões

O uso de métricas bem definidas é essencial para orientar as ações da startup.

Indicadores como CAC (Custo de Aquisição de Clientes), LTV (Lifetime Value), taxa de churn, engajamento e retenção ajudam a compreender o desempenho do negócio.

Mas não basta medir penas. 

É preciso interpretar os dados de forma contextualizada, comparando com metas, benchmarks e com as etapas do ciclo de vida da startup.

A tomada de decisão precisa estar conectada a essas evidências quantitativas.

Métricas de vaidade, como número de curtidas ou downloads sem engajamento, podem distorcer a análise. 

O foco deve estar em indicadores que realmente refletem a sustentabilidade e o crescimento do modelo de negócio.

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6. Foque continuamente no feedback do cliente

O cliente é a principal fonte de aprendizado para startups enxutas.

Coletar e analisar feedbacks de forma estruturada permite entender dores reais, necessidades latentes e oportunidades de melhoria.

Esse processo pode ser feito com pesquisas de satisfação, questionários de NPS, entrevistas qualitativas, análise de comentários e interações nas redes sociais.

O importante é manter um canal aberto e ativo com os usuários.

Compreender a jornada do cliente, do primeiro contato à retenção, ajuda a identificar gargalos e potenciais de crescimento.

7. Priorize equipes enxutas e multidisciplinares

Uma equipe pequena e bem alinhada tende a ser mais ágil e adaptável.

Em startups enxutas, não há espaço para departamentos compartimentalizados ou excesso de hierarquia.

A comunicação precisa fluir de forma direta e eficiente.

Montar um time multidisciplinar, com competências complementares, favorece a solução de problemas e a inovação.

Perfis técnicos, analíticos e criativos podem trabalhar em conjunto, reduzindo dependências externas.

A formação de uma cultura colaborativa, com foco em resultados e autonomia, é um diferencial competitivo.

8. Otimize processos, eliminando desperdícios

Uma das bases do pensamento lean é eliminar tudo aquilo que não agrega valor ao cliente final.

Isso inclui retrabalho, burocracia, reuniões desnecessárias e fluxos operacionais complexos.

Mapear os processos internos ajuda a visualizar gargalos e identificar pontos de melhoria. 

Ao tornar os fluxos mais simples e diretos, é possível ganhar tempo, economizar recursos e aumentar a produtividade.

O uso de ferramentas de gestão e automação também contribui para essa otimização

Softwares de CRM, ERPs online, plataformas de atendimento e dashboards de análise são aliados importantes.

9. Cultive adaptabilidade e aprendizado constante

Em contextos de alta incerteza, como é comum em startups, a capacidade de se adaptar rapidamente às mudanças é fundamental.

Modelos de negócio, canais de venda e abordagens ao cliente podem precisar ser ajustados com frequência.

Cultivar uma cultura organizacional tolerante ao risco e ao aprendizado reduz a resistência a mudanças. 

O foco deve estar na evolução constante, com base em dados e experiências reais.

Logo, investir em formação contínua, participação em eventos, mentorias e benchmarking com outras startups também estimula a inovação e amplia o repertório da equipe.

10. Estabeleça parcerias estratégicas

Outra estratégia eficiente de otimização da estrutura de custo é a terceirização das atividades secundárias.

É o caso, por exemplo, das rotinas contábeis, financeiras e de RH.

Para a grande maioria das startups, não justifica ter uma contabilidade interna quando é possível terceirizar esse tipo de serviço a empresas especializadas, como a Comece.

Somos um dos principais players de contabilidade online especializado em negócios inovadores. 

Com a Comece, você tem à disposição pacotes completos de serviços como:

Nosso propósito é descomplicar o seu negócio para que você possa focar no que realmente importa: a gestão eficiente de sua startup. 

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