Todo produto já foi apenas uma ideia. Sabe aquele aplicativo que você usa para ouvir músicas on demand enquanto corre no parque? Ou o que você utiliza para chamar um carro em menos de um minuto? Esses recursos, que revolucionaram a sua rotina um dia, foram apenas ideias.
O fato é que toda a ideia, assim como as empresas, precisa de um pontapé inicial, mas isso não é novidade para ninguém, certo? O segredo está em como você faz. Tão importante quanto ter uma grande ideia é executá-la. Existe um manual para isso? Infelizmente não. No entanto, se pudermos dar apenas um conselho a você será este: não espere seu produto estar perfeito para colocá-lo no mercado, teste ele com um MVP.
Para saber se a sua ideia pode dar certo, invista em MVP!
Sua ideia não deve jamais, em hipótese alguma, ficar no papel. Ela precisa ser materializada, tocada, analisada, testada, amada e porque não, odiada. Sua ideia pode ser incrível, mas e se ela for complexa ou cara demais para desenvolver? E se ela não fizer diferença nenhuma na vida das pessoas? Você já deve estar careca de saber que uma ideia só vira negócio quando se propõe a resolver algum problema, certo? Agora, como você conhecerá a efetividade do seu produto sem testá-lo?
Colocar seu produto no mercado como uma versão “teste”, para entender o que as pessoas pensam sobre ele, é o que chamamos de MVP: Minimum Viable Product, ou, em bom português, Produto Minimamente Viável. É basicamente quando você faz um protótipo da sua ideia e coloca ela no mercado para descobrir se sua startup vai efetivamente de encontro às necessidades do público.
Mas atenção: não se trata de lançar seu produto com funcionalidades mais simples só para que o mercado tenha acesso a ele. O MVP é quando você une o minimum – que é quando o produto pode ser entregue no menor tempo possível -, o viable – que é quando o produto possui valor suficiente para estar no mercado e ser utilizado pelas pessoas – e o product, que é basicamente quando seu produto tem coerência e apresenta funcionalidades que realmente sejam úteis.
Para o CEO da Softdesign, Osmar Pedrozo, é essencial testar usabilidade de um produto antes de colocá-lo no mercado, “Não há nada tão inútil do que fazer bem feito algo que nunca deveria ter sido feito”. Imagino que quando Peter Drucker escreveu isso devia estar pensando um produto maravilhoso que foi desenvolvido mas que ninguém usa ou quer. Neste sentido, validar antes de lançar ou mesmo de produzi-lo completamente, evita desperdício de recursos e muita decepção”, destaca.
De onde vem o conceito de MVP?
O CEO da desenvolvedora de produtos SyncDev Frank Robinson é o responsável por criar esse conceito lá em 2001. Eric Ries apresenta essa ideia no livro “A Startup Enxuta”. Conhecido como “Lean Start up” no meio empresarial, esse conceito defende o mínimo de desperdício de tempo, custos e recursos para lançar um produto no mercado.
Por fora do ciclo tradicional
O mercado, que vive em constante transformação e passou a preferir processos mais ágeis principalmente para a validação de seus produtos, vem adotando isso. Empresas consideradas disruptivas apostaram nesse conceito para agilizar seus processos e torná-los mais assertivos.
O MVP do Dropbox foi um vídeo onde o fundador apresentada as funcionalidades da ferramenta ao público. A intenção aqui era entender se existia interesse das pessoas em usar a ferramenta.
A marca usa constantemente a metodologia MVP. Sempre antes de lançar um produto novo vemos a marca coloca um protótipo no mercado. O MVP é sempre aguardado ansiosamente pelos fãs da marca. Aliás, você sabia que o iPhone foi lançado internamente e primeiro e não tinha funções básicas como procurar um nome na sua lista de contatos. Louco né?
Desse caso provavelmente você já deve ter ouvido falar. O MVP do site de cupons de desconto foi um blog onde todos os cupons eram enviados manualmente em formato de pdf. Basicamente, o mínimo produto viável serviu e serve de pilar até hoje para as principais marcas do mercado, seja para evitar investimentos precipitados ou possibilitar novos insigths para a criação de novos produtos.
O Facebook por exemplo, começou com o site chamado Facemash, que não ficou muito tempo no ar. O filme A Rede Social mostra a trajetória do então estudante Mark Zuckerberg e seus três amigos que, a partir da ideia inicial, tiveram um insigth e criaram o Thefacebook. Na época era apenas um anuário dos alunos de Harvard. Basicamente o mínimo produto viável, MVP, do Facebook foi criar um modelo básico de produto com funcionalidades simples, porém relevantes para os usuários, e testá-lo com um grupo de pessoas. Obviamente, a rede foi um sucesso e, dois anos depois de ser aberta para outras universidades, foi aberta para o público.
A Uber também apostou em um mínimo produto viável, quando começou tinha o nome de UberCab e oferecia um serviço que ligava um viajante a um taxista. O grande diferencial era que o passageiro possuía a opção de fazer o pagamento em cartão de crédito. A empresa oferecia o serviço para um pequeno grupo de pessoas de San Francisco e depois foi expandido para grandes centros como Buston, NY e Chicago.
O processo simplificado sem as etapas e gastos que envolvem o ciclo de desenvolvimento de produtos tradicionais é o que atrai as empresas principalmente em estágio inicial.Vantagens do MVPA grande vantagem disso tudo é que esse processo é ágil. Por isso, é ideal para startups que querem testar a efetividade do seu produto antes de lançá-lo. O MVP é aquele instrumento de teste que vai facilitar sua vida e ajudar você a melhorar seu produto.
Com o mínimo produto viável, MVP, é possível ter insights valiosíssimos sobre a efetividade e aceitação do seu produto por parte do mercado e otimizar seu tempo gasto na elaboração das funcionalidades do produto. Trata-se de simplificar o processo de alinhamento de produto e reduzir muito a insatisfação do público, afinal, sua ideia já estará alinhada com as expectativas e demandas do mercado. Dessa forma você descomplica, principalmente, o financeiro do seu negócio, pois fica muito mais fácil fazer o cálculo do seu ponto de equilíbrio, por exemplo, quando você lança o seu produto em teste.
O MVP é para mim?
Se você tem uma ideia estruturada e entende que o MVP vai resolver algum problema do seu cliente, meta ficha!Falamos agorinha pouco sobre o que é necessário para ter um MVP, certo? Recapitulando: ele deve ter a capacidade de ser entregue no menor tempo possível, possuir valor suficiente para despertar interesse no seu público (se gerar receita, melhor ainda), ter suas funcionalidades apresentadas de forma clara para o consumidor e claro, ser útil.
Entenda: a função central do produto mínimo viável não é fazer você gastar menos dinheiro, mas sim de ajudar você a analisar seu produto de forma inteligente. Portanto, o primeiro passo é pensar sobre o que você quer aprender com o MVP e formular hipóteses de forma clara.
Para Osmar Pedrozo, CEO da Softdesign, além de um conjunto de hipóteses a serem testadas, você vai precisar de uma amostra do seu público-alvo. Isso ajudará na hora de garantirmos “testes limpos” para saber se esta versão da ideia funciona, se é aceita, se realmente resolve um problema, etc. “Se as hipóteses forem validadas, estaremos seguros para partirmos para um maior investimento e desenvolvimento do produto. Se não, podemos ‘pivotar’, ou seja, estabelecemos uma nova versão da ideia, do produto, com um novo conjunto de hipóteses para serem testadas e assim por diante, em um processo contínuo de adaptação”, afirma.
Para captar o seu público em potencial, a dica é criar uma landing page que vai apresentar o seu produto para as pessoas. Quem se interessar certamente deixará o contato e serão estas as pessoas responsáveis por avaliarem o desempenho da sua ideia.
Se você ainda não tem um esboço do seu modelo de negócios, sugerimos que baixe o Business Model Canvas, nele você encontra blocos que indicam os componentes da sua startup.
Depois de implementar seu MVP, analisar os feedbacks e lançar seu produto, seu negócio vai precisar de um acompanhamento adequado, certo? Você pode contar com a Comece com o Pé Direito! E aí, pronto para tirar sua ideia do papel? Se por acaso você sentir que precisa de uma ajudinha, é só chamar, estamos aqui para isso!
O Osmar Pedrozo da Softdesign que colaborou com a gente nesse artigo é cliente da Comece com o Pé Direito. Veja o que ele tem a dizer sobre nós: