Cleantechs: o que são as startups verdes e como podem crescer

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Na esteira dos princípios ESG, as cleantechs chegaram para propor soluções tecnológicas inovadoras cada vez mais eficientes e sustentáveis.

São as chamadas startups verdes, um segmento focado em energia limpa, reciclagem, logística reversa, dentre outras iniciativas ambientais relevantes.

Quer saber mais sobre o potencial de crescimento desse modelo de negócio?

Então, não deixe de ler este conteúdo até o final.

O que são cleantechs?

Cleantechs são “startups verdes”, empresas de rápido crescimento focadas em desenvolver soluções tecnológicas sustentáveis para os processos de produção. 

O termo surgiu nos Estados Unidos em 2002 é a abreviação de duas palavras em inglês: “clean technology”, ou tecnologia limpa. 

As cleantechs atuam com base em três pilares fundamentais:

  1. Melhora da performance dos processos produtivos (fazer mais com menos)
  2. Mitigação dos impactos ambientais negativos
  3. Uso eficiente e responsável dos recursos naturais.

Panorama das cleantechs no Brasil e no mundo

Diante da necessidade do uso racional dos recursos naturais, podemos dizer que as cleantechs têm terreno fértil para crescer e se multiplicar. 

Governos e empresas debatem há décadas a necessidade de descarbonizar a matriz energética e adotar modelos econômicos menos agressivos ao meio ambiente.

Não por acaso, os princípios ESG (Environmental, Social and Governance) estão ganhando cada vez mais destaque no ambiente corporativo. 

Nesse cenário, as cleantechs podem se tornar importantes protagonistas de uma mudança econômica estrutural.

Um estudo da Associação Brasileira de Startups (Abstartups), em parceria com a EDP, mostra que o Brasil tem 102 cleantechs ativas atualmente, um número ainda modesto considerando as potencialidades do segmento.

Do total de empresas pesquisadas, apenas 32,7% receberam algum tipo de investimento (principalmente de investidores-anjo e programas de aceleração).

Outra informação que chama atenção é a quantidade de cleantechs que ainda não tem faturamento: quase 40%.

De certo modo, os dados se justificam pela incipiência do próprio segmento.

Afinal, o tempo médio de fundação das empresas é de 3,2 anos, sendo que 22,5% têm menos de um ano de vida. 

Na conjuntura global, outro levantamento da CleanTech Group informa que há cerca de 11 mil startups de 75 países que se definem como cleantechs.

O que fazem as empresas cleantechs?

As cleantechs se dividem em oito segmentos, conforme classificação da Kanchan.

São eles:

  1. Energia limpa: eólica, solar, marinha, geotérmica, nuclear, dentre outras
  2. Ar e meio ambiente: sequestro de carbono, reaproveitamento de resíduos, comércio/compensação de carbono
  3. Indústria limpa: aprimoramento de processos, inovação em equipamentos, embalagem ecológica
  4. Eficiência: automação, redes inteligentes, sistemas de consumo colaborativo
  5. Água: monitoramento, produção e tratamento, distribuição
  6. Agricultura: práticas sustentáveis de cultivo agrícola, criação de animais e aquicultura
  7. Transporte: mobilidade elétrica, gestão de tráfego, tecnologia para infraestrutura de carregamento
  8. Armazenamento de energia: mecânico, térmico ou químico.

Conforme o estudo “Ecossistema de Startups de Cleantechs no Brasil”, 41% das startups verdes concentram-se no segmento de energia limpa.

A maioria (71%) é do tipo B2B (Business to Business). 

No tipo B2C (Business to Consumer) também há boas iniciativas, como cleantechs que criam plataformas de compartilhamento de créditos de energia limpa para o consumidor final.

Exemplos de cleantechs

Um exemplo de sucesso de cleantech é o da Luming, startup gaúcha especializada na produção de biogás e gás natural.

A startup é parceira da Ambev no primeiro projeto de geração de energia limpa da empresa no mundo, cujo objetivo é aproveitar o gás metano dentro da própria operação das fábricas.

A cervejaria tem metas internas de redução de 25% das emissões de carbono até 2025, além de usar 100% da eletricidade proveniente de fontes limpas.

Outro exemplo é da Polen, cleantech de logística reversa que conecta indústrias que geram resíduos a empresas que usam resíduos como matéria-prima

A plataforma da startup permite a negociação tanto no Brasil quanto no exterior.

Mais de 2 mil empresas de nove países usam o marketplace para fechar negócios.

Desafios e oportunidades para cleantechs

As perspectivas para as cleantechs são otimistas, principalmente considerando os acordos internacionais envolvendo governos e empresas por uma economia de baixo carbono. 

Entretanto, não significa que empreender nesse segmento é tarefa fácil.

Há diversos obstáculos a serem superados, principalmente nos estágios iniciais.

Dentre os principais desafios, destacam-se:

  • Acesso a recursos: a pesquisa da Abstartup traz um dado que diz muito sobre a dificuldade de se captar recursos para alavancar um negócio nesse segmento. Do total de cleantechs pesquisadas, 67,3% ainda não haviam recebido nenhum investimento, seja de fundos venture capital, crowdfunding ou seed
  • Caixa no vermelho: como são negócios em fases embrionárias, 40% das startups verdes também não alcançaram o break-even point, a partir de quando a empresa começa a andar sozinha
  • Regulamentação: cleantechs, assim como outras empresas do ecossistema startup, convivem também com o risco regulatório. Como são empresas que atuam na linha de frente da inovação, nem sempre uma boa ideia de negócio tem respaldo legal. Os órgãos reguladores, como sabemos, não andam no mesmo compasso das inovações disruptivas.

Apesar dos desafios, também há muitas oportunidades nesse mercado, tais como:

  • Demanda crescente: até o fim da década, pelo menos 20% da matriz energética do Brasil deve ser limpa, segundo estimativas da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Logo, há um importante caminho a percorrer e as cleantechs são importantes protagonistas nessa missão
  • Parcerias B2B: boas oportunidades surgem também das parcerias com empresas consolidadas que precisam se tornar mais eficientes e menos poluentes. É o caso da Ambev, que fechou parceria com uma cleantech para ajudá-la a cumprir suas metas internas de redução de carbono até 2025.

Como você pôde observar, o mercado de startups verdes é promissor e tem muito espaço a ser explorado, principalmente no campo da energia renovável e mobilidade elétrica. 

Mas é preciso estar com as finanças em dia para aumentar as chances de sucesso nesse ambiente de incertezas.

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