Captação de recursos: 6 formatos indicados para startups

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Conhecer as principais estratégias de captação de recursos é um diferencial importante no universo das startups.

Afinal, o projeto até pode ser promissor, mas sem capital suficiente não é possível tirá-lo do papel.

A boa notícia é que há diferentes fontes de financiamento destinadas a alavancar negócios inovadores.

Pronto para descobrir quais formatos de captação de recursos são mais indicados às startups?

Então, acompanhe os tópicos a seguir.

O que é captação de recursos?

Captação de recursos, ou fundraising, é um conjunto de medidas com o objetivo de prospectar e levantar capital suficiente para inaugurar ou acelerar uma startup.

Os recursos podem ser usados para validar um produto ou serviço, investir em marketing e vendas ou estruturar a startup.

A finalidade dependerá da fase em que o negócio se encontra.

O processo de captação de recursos nem sempre é simples e fácil, mas é possível e factível.

O mercado oferece diferentes fontes de recursos, como investidores-anjo, fundos venture capital, investimento coletivo, instituições financeiras, dentre outras.

Mesmo assim, levantar recursos para um projeto ainda embrionário, muitas vezes disruptivo, exige dedicação e preparo.

É preciso conquistar a confiança do investidor e mostrar a ele que vale a pena o risco.

O empreendedor deve ter em mente que o levantamento da quantia necessária para escalar o negócio pode demorar mais do que o esperado. 

Portanto, prepare-se e contemple alguma margem no seu cronograma.

A captação de recursos financeiros em startups

A captação de recursos pelas startups tem amadurecido no Brasil e no exterior, apesar dos obstáculos mercadológicos.

Dados da plataforma Distrito mostram que em 2022 as startups captaram US$ 4,4 bilhões no Brasil.

O cenário mudou em 2023 devido a questões macroeconômicas, o que causou uma redução de 57% no volume de investimentos em comparação ao ano anterior.

Apesar disso, as startups brasileiras representaram cerca de 61% de todas as rodadas de investimento na América Latina, com 455 negócios.

Percebe-se que há muito interesse de investidores (tanto pessoa física quanto institucionais) em projetos inovadores, de impacto e com alto potencial de crescimento.

Para conseguir sucesso nesse mercado, pesquise sobre os potenciais investidores, suas teses e preferências e busque estabelecer relações que possam resultar em parcerias de sucesso.

Outra dica: antes de sair à procura de recursos, tenha um projeto claro e respostas objetivas para algumas perguntas, como:

  • Por que você precisa da captação de recursos?
  • Como o recurso será utilizado?
  • Quais resultados você espera obter com o investimento dos recursos?
  • Qual a expectativa de retorno para o investidor?

6 formas de captar recursos para startups

A menos que você adote o modelo self-funding e se autofinancie, precisará recorrer à captação de recursos para colocar seu negócio de pé. 

Vamos, então, às principais formas de acessar as fontes de recursos financeiros:

1. FFF (Families, Friends, Fools)

O FFF é uma forma de investimento que geralmente ocorre no estágio embrionário da startup.

Representa os primeiros aportes feitos por amigos, parentes e “tolos” que pertencem ao círculo de convivência do empreendedor.

O termo “tolo” diz respeito a pessoas que investem na ideia, mesmo sem fazer uma análise de risco do investimento.

A captação de recursos via FFF costuma ser útil para conceber, por exemplo, o produto mínimo viável (MVP) de uma startup.

2. Crowdfunding

Crowdfunding é um investimento coletivo, uma versão aprimorada da popular “vaquinha”. 

Nesse formato, o empreendedor divulga seu projeto em uma plataforma online em busca de investidores interessados (geralmente, pessoas físicas).

Trata-se de uma maneira democrática e ampla de acessar investidores que você não conseguiria sem as possibilidades da internet.

3. Investidores-anjo

Investidores-anjo são pessoas físicas ou jurídicas, via de regra com vasta experiência de mercado, que aportam recursos em projetos com alto potencial de crescimento.

Além de colocar dinheiro, o investidor-anjo também costuma participar da gestão da startup, orientando o CEO nas tomadas de decisão.

O investidor-anjo efetivamente compra a ideia e contribui com as ações que visam a consolidar o projeto.

4. Subvenções

É possível conseguir recursos também por meio de subvenções, modalidade de apoio financeiro oferecido pelo poder público.

A participação é feita por meio de chamadas públicas e os critérios são publicados em editais.

Em geral, os recursos são aplicados diretamente nas empresas sem a necessidade de reembolso, visando a fomentar a inovação e a competitividade.

Alguns editais de subvenções também podem ser direcionados a alguma demanda específica, em que se promove uma disputa entre as startups participantes.

Em casos assim, ganha quem oferece a melhor solução.

5. Fundos Ventures Capital

Os Ventures Capital são fundos que fazem investimento de risco, mas com grande potencial de retorno.

É o caso de startups inovadoras, que descobrem ótimas oportunidades de mercado, mas carecem de recursos para explorá-las.

Os fundos Ventures Capital promovem as rodadas de investimento, em que as startups são agrupadas conforme o estágio e o modelo de negócio.

A Captable, plataforma de Investimentos da Startse que conta com a parceria da Comece, tem um case de sucesso interessante relacionado a essa modalidade de captação de recursos.

6. Abertura de capital (IPO)

O IPO, sigla para Initial Public Offering, ou Oferta Pública Inicial em português, é a estreia da empresa na bolsa de valores.

Acontece quando a startup deixa de ser uma empresa de capital fechado para se tornar uma empresa de capital aberto, com ações negociadas livremente entre os investidores.

Se conduzido do jeito certo (e em condições favoráveis), o IPO pode representar o maior aporte de recursos em uma empresa durante toda sua trajetória.

O sucesso da emissão, no entanto, depende de como a empresa e os coordenadores da emissão “venderão o peixe” por meio do prospecto.

Trata-se, ainda, de um evento de liquidez importante para os investidores que entraram no negócio em ocasiões anteriores.

Quando a startup estreia na bolsa, esses investidores costumam vender suas participações e partir em busca de outras oportunidades.

O que os investidores procuram?

Os investidores geralmente procuram uma combinação de fatores ao avaliar se uma startup pode ser um bom investimento ou não.

Algumas características são mais quantitativas, como as métricas e projeções financeiras

Outras são mais qualitativas, como o engajamento da equipe e a paixão dos fundadores pelo modelo de negócio.

A seguir, confira as mais relevantes.

Equipe fundadora

A experiência, habilidade e a paixão dos fundadores são elementos muito apreciados, principalmente em startups que estão participando das primeiras rodadas de captação.

Os investidores buscam uma equipe que tenha equilíbrio entre habilidades técnicas e de negócios, além de uma visão clara e capacidade de executá-la.

Produto ou serviço

O que a startup oferece como solução para um problema real também tem peso significativo.

Os investidores procuram inovações que tenham um diferencial competitivo claro e que possam ser defendidas contra a concorrência de alguma maneira.

Não precisa, necessariamente, ser uma barreira legal-jurídica. 

Algo difícil de ser copiado ou replicado pode servir como uma barreira natural contra novos players.

Mercado potencial

De pouco adianta ter uma solução incrível se o problema não for relevante para um grande número de pessoas.

O tamanho do mercado em que a startup está inserida também encabeça a lista de características buscadas pelos investidores. 

Um mercado grande e em crescimento oferece mais oportunidades para o negócio escalar e gerar retornos no longo prazo.

Propriedade intelectual

Aqui entra a importância da governança em relação aos aspectos societários da startup.

Patentes, direitos autorais, segredos comerciais e outros ativos de propriedade intelectual são diferenciais importantes para empresas de tecnologia e devem ser protegidos. 

Todas as contribuições feitas à empresa pelos sócios, consultores e colaboradores pertencem à empresa e não ao “dono da ideia”.

Além do mais, o registro formal também protege a startup contra concorrentes.

Gestão profissional

Outro aspecto que conta pontos na visão dos investidores é a profissionalização da gestão em todos os sentidos.

Uma startup que pretende crescer e se tornar um unicórnio deve fazer o dever de casa.

Além de manter a organização contábil e o compliance fiscal, precisa trabalhar com projeções realistas e tomar decisões baseadas em dados.

Como fazer um projeto para captação de recursos

Como você viu, não basta ter uma excelente ideia.

É preciso se destacar e impressionar os investidores para obter êxito na captação de recursos para sua startup.

O pitch é peça fundamental, mas antes mesmo de pensar no PowerPoint, é fundamental fazer uma análise sobre os seguintes aspectos:

  • Mercado de atuação, tendências e principais concorrentes
  • Perfil dos investidores e como eles se alinham ao setor e ao estágio de desenvolvimento do seu negócio
  • Regulamentações e compliance, principalmente fiscal e regulatório.

Com isso em mente, o passo seguinte é criar uma apresentação que reúna os principais elementos necessários à captação de recursos. 

O pitch é uma apresentação resumida que deve considerar:

  • Comunicação assertiva: use uma linguagem clara e objetiva. Evite jargões e explique os termos técnicos quando necessário
  • Bom roteiro: estruture a apresentação de forma lógica e fluida. Cada slide deve levar ao próximo de maneira natural
  • Design agradável: invista em um design profissional, que seja visualmente atraente, mas sem exageros. A legibilidade é fundamental
  • Criatividade: utilize gráficos, infográficos e outras formas visuais para tornar as informações mais compreensíveis e impactantes.

Quanto ao conteúdo, você deve abordar os seguintes pontos:

  1. Introdução: apresente brevemente sua empresa e o problema que ela resolve
  2. Problema: descreva o problema que você identificou no mercado
  3. Solução: explique como seu produto ou serviço resolve esse problema
  4. Mercado: forneça dados sobre o mercado-alvo e seu potencial de crescimento
  5. Modelo de negócio: detalhe como sua empresa planeja ganhar dinheiro
  6. Concorrência vs. seu diferencial competitivo
  7. Time: apresente a equipe fundadora e suas qualificações
  8. Projeções financeiras: inclua projeções de receita, custos e lucros futuros
  9. Pedido de investimento: indique quanto dinheiro você está buscando e como pretende utilizá-lo.

Além do pitch deck, tenha em mãos outros documentos que podem ser solicitados pelos investidores, como plano de negócios, projeções financeiras e o Term Sheet (esboço dos termos do investimento que você está buscando).

Por fim, esteja preparado para responder perguntas difíceis dos investidores. 

Eles podem querer saber mais sobre estratégia de entrada no mercado, planos de crescimento e escalabilidade e gestão de riscos

O que fazer com os recursos captados?

Os recursos captados devem ser usados estrategicamente para maximizar o crescimento e garantir a sustentabilidade do negócio. 

Algumas áreas-chave para alocar o capital são as seguintes.

Desenvolvimento de produto

No desenvolvimento de soluções, você pode investir em inovação e P&D, qualidade e performance ou em integração e melhorias.

Dependendo do estágio em que seu negócio estiver, os recursos podem ser usados para criar um MVP ou fazer inovações incrementais.

Marketing e vendas

O setor de marketing e vendas também precisa de investimentos para criar uma base de clientes que sustente o crescimento do negócio. 

Para isso, você pode investir em marketing digital, treinamento da equipe de vendas ou em soluções que ajudem a medir o ROI de marketing.

Contratação e expansão da equipe

Os recursos captados podem ser usados também para recrutar e selecionar talentos em áreas-chave como TI, vendas e suporte ao cliente.

Pode ainda ser empregado em programas de treinamento e desenvolvimento profissional, com destaque para os profissionais indispensáveis.

Operações e processos

Melhorar a eficiência operacional pode resultar em economia de custos e melhor atendimento ao cliente. 

Nesse contexto, considere investir em sistemas automatizados para tarefas repetitivas e administrativas, otimização de processos internos ou melhorias da cadeia de suprimentos.

Expansão geográfica

Dependendo da série da rodada, você pode usar os recursos captados para expandir também as atividades.

Nesse caso, o dinheiro pode ser usado para pesquisar novos mercados, estabelecer operações regionais ou abrir filiais offshore.

Gostou das dicas?

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