Perspectiva para empresas de tecnologia no Brasil em 2023

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Até onde os olhos conseguem alcançar, o cenário para as empresas de tecnologia no Brasil apresenta desafios importantes para 2023. 

Após a onda de demissões em 2022, sobretudo nas late stage e unicórnios pré-IPO, o que se vislumbra é um arrefecimento geral do mercado.

Os motivos são diversos: aumento da inflação e dos juros em nível global, guerra, movimento de desglobalização e enxugamento de liquidez.

Siga a leitura para entender melhor.

A crise das empresas de tecnologia no Brasil passou?

Ao que tudo indica, não.

A crise das empresas de tecnologia no Brasil (e no mundo) ainda não foi superada devido a diversos fatores macro e microeconômicos

O ritmo frenético de crescimento acelerado, desencadeado por planos audaciosos de expansão e contratações em larga escala, diminuiu consideravelmente em 2022 e pode cair ainda mais em 2023. 

O motivo é o cenário econômico global nada animador, com a escalada da inflação, aumento de juros nas principais economias, risco de recessão e outras incertezas.

Após anos de crescimento exponencial alavancado por recursos em abundância, as empresas de tecnologia viram a fonte começar a secar no primeiro semestre de 2022. 

Dados da plataforma Distrito mostram uma queda de 44% nos investimentos feitos nos primeiros seis meses do ano (US$ 2,92 bilhões) em comparação com o mesmo período do ano anterior (US$ 5,25 bilhões).

Com menos dinheiro para manter o crescimento acelerado, muitas empresas de tecnologia no Brasil, sobretudo as maiores, precisaram enxugar custos. 

A crise pegou de cheio os unicórnios (empresas avaliadas em mais de US$ 1 bilhão), como QuintoAndar, Loft, Facily, entre outras.

E o que explica essa fuga de capital?

Em cenários conturbados, como o que vivemos, os investidores redirecionam seu capital para ativos mais seguros, como os títulos de renda fixa e outros investimentos de menor risco.

O presidente da Associação Brasileira de Startups, Felipe Matos, explicou o seguinte, em entrevista à GQ Brasil:

“Com a pandemia, muitos países fizeram pacotes de estímulo econômico, o que criou inflação. Para combatê-la, sobem-se os juros, e isso torna os investidores mais conservadores: é preferível deixar o dinheiro em títulos de dívida a apostar em alto risco”.

O que as empresas de tecnologia no Brasil podem esperar de 2023?

Depende muito do estágio. 

Os levantamentos recentes mostram que as empresas de tecnologia no Brasil em estágios avançados sofreram mais em 2022 e devem contar com menos aportes em 2023 devido às circunstâncias globais. 

Para as startups em estágio iniciais (seed e early stage), por outro lado, a situação é mais confortável.

Para as empresas de tecnologia em estágio seed, por exemplo, o primeiro semestre de 2022 foi o melhor da história

Elas receberam US$ 282 milhões em investimentos, um aumento de 86% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Para as startups early stage, os números também foram animadores: US$ 1,4 bilhão em aportes, aumento de 14%.

Nada garante que em 2023 as empresas de tecnologia no Brasil em fase embrionária continuarão a receber recursos em abundância, mas o cenário parece mais otimista do que para as late stages.

Esse fenômeno se deve, em parte, aos diversos fundos brasileiros de venture capital focados em startups iniciantes, estratégia que não deve mudar em função de um cenário global mais desafiador. 

É o caso do Bossanova, fundo que direciona cheques de até R$ 5 milhões para projetos inovadores em estágios essencialmente iniciais.

“A premissa está em apostar logo no início da jornada dessas empresas, tendo a confiança do retorno lá na frente. Isso não é muito afetado com problemas no curto prazo”, disse Antônio Patrus, diretor do fundo, em entrevista à Exame

Para Patrus, a realidade mais provável é que o tsunami que tem abalado as gigantes “chegue na forma de marola” às startups menores.

Tendências para a gestão de empresas de tecnologia no Brasil em 2023

Diante de um cenário de enxugamento de liquidez, as empresas de tecnologia no Brasil devem atentar-se para uma gestão mais austera em 2023.

Nesse aspecto, as principais tendências são:

Crescimento sustentável

O crescimento a qualquer custo, até então puxado pela grande oferta de capital, deve ser substituído por um crescimento sustentável, pautado em modelos de receita baseados em métricas e indicadores.

Negócios cujas hipóteses foram devidamente testadas e validadas terão mais chance de sobreviver ao ciclo de escassez, que serve também para testar a resiliência dos negócios.

Certamente haverá menos oportunistas no mercado.

Revisão do modelo de negócio

Os aportes de recursos diminuíram, mas não secaram de vez.

Para empresas com modelos de negócios pautados em resolver, de fato, um problema relevante, as oportunidades continuarão existindo.

Uma das características marcantes das empresas de tecnologia no Brasil é a capacidade de se reinventar. 

Assim, a pivotagem certamente será uma tendência para 2023, mesmo para as startups em fases avançadas, bem como os processos de fusões e aquisições.

Demissões silenciosas

As demissões silenciosas, movimento que tem ganhado adeptos no mundo inteiro, também são uma preocupação para os gestores de startups. 

Afinal, em tempos de aperto financeiro e de redução de equipes, tudo que as empresas não precisam é de colaboradores fazendo o mínimo possível.

Devido ao modelo de gestão ágil, flexibilidade de horários e cultura organizacional moderna, as startups têm condição de lidar melhor com esse fenômeno do que as empresas convencionais. 

Em resumo, pode-se dizer que o movimento de demissões silenciosas tem como pano de fundo o descontentamento com o trabalho.

Para contornar esse problema, a startup precisa adotar uma política de RH consistente que transmita à equipe a ideia de que é possível crescer juntos.

Dicas para um 2023 sem tropeços na gestão da sua startup

Analisando do ponto de vista macro, o ano de 2023 será desafiador para as empresas de tecnologia no Brasil, mas isso faz parte do processo de crescimento e amadurecimento

Os mercados andam em ciclos: expansão, boom, contração e recessão.

Vale para o mercado financeiro, imobiliário, mercado de commodities e não é diferente no mercado da inovação.

Assim, confira algumas dicas de como enfrentar um 2023 sem tropeços:

  • Enxugue ao máximo sua estrutura de custos, mesmo que sua empresa esteja em fases iniciais (para as quais as perspectivas continuam boas)
  • Reveja os planos de crescimento, considerando que pode ser necessário trabalhar com o recurso captado por mais tempo
  • Crie estratégias que evitem a fuga de talentos, como o partnership
  • Abrace a tecnologia e automatize o máximo que puder (com o 5G, há muito espaço para o crescimento da internet das coisas – IoT).

Por fim, temos uma dica extra: terceirize suas demandas contábeis e financeiras e mantenha suas contas sempre em dia com a Comece com o Pé Direito.

Somos o principal player contábil de empresas inovadoras do Brasil. 

Nossa missão é ajudar o seu negócio a dar certo, principalmente em cenários desafiadores.

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