Margem Ebitda: o que é, passo a passo do cálculo e como analisar

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Apesar de operarem em dinâmica própria, as startups também precisam atentar-se à margem Ebitda na análise do desempenho do negócio.

Trata-se de uma métrica financeira que avalia essencialmente a eficiência operacional, desconsiderando aspectos como custo de dívida e impostos.

Uma startup não precisa nascer com uma margem Ebitda positiva, mas as projeções financeiras devem indicar a “curva J” em algum momento.

A seguir, entenda por que esse indicador é fundamental no seu negócio e como interpretá-lo do jeito certo.

O que é margem Ebitda?

Margem Ebitda é uma métrica financeira que representa a porcentagem de lucro operacional de uma empresa em relação à sua receita total.

O Ebitda (Earnings before interest, taxes, depreciation and amortization) é o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização.

A margem Ebitda expressa esse lucro em percentual.

Seu objetivo é avaliar a capacidade de um negócio de gerar resultados a partir das operações principais, ignorando fatores externos, como juros da dívida ou políticas fiscais.

Para que serve a margem Ebitda?

A margem Ebitda de uma startup não precisa necessariamente ser positiva desde o primeiro momento, mas deve apresentar indícios de inversão de tendência ao longo do tempo.

Até o negócio ganhar tração, é normal uma margem Ebitda negativa — e os investidores sabem disso.

No entanto, você precisará de projeções financeiras bem definidas com estimativa de quando esse indicador se tornará positivo.

Nesse contexto, a margem Ebitda tem as seguintes funções:

Analisar a viabilidade do modelo de negócio

As startups inevitavelmente passam pelas fases de experimentação e validação de seus produtos, serviços e soluções.

Durante esse intervalo, é comum que a margem Ebitda seja negativa, indicando que o custo para manter as operações está superior à receita gerada.  

Uma margem negativa nas primeiras etapas, como vimos, é aceitável, desde que exista uma expectativa clara de quando e como o indicador se tornará positivo.

O objetivo aqui é avaliar se o modelo de negócio é sustentável no médio e longo prazo.

Afinal, se os custos não forem controlados à medida que as receitas crescem, o empreendimento pode se tornar inviável.

Avaliar a atratividade para investidores

Investidores estão sempre atentos à margem Ebitda como um indicador de retorno potencial.

Uma startup que apresenta projeções bem delineadas de quando a margem Ebitda se tornará positiva certamente é mais atraente para investidores.

Além da análise do presente, eles observam também se o negócio terá condições de gerar fluxo de caixa saudável no futuro.

Comparar o desempenho operacional com benchmarks do setor

Comparar a margem Ebitda da startup com médias do setor ajuda a entender se o desempenho está em linha com o mercado ou se há necessidade de ajustes.  

Caso existam empresas semelhantes com margens superiores, isso pode indicar oportunidades de otimizar processos ou renegociar custos.  

Contribuir com a gestão operacional

A margem Ebitda fornece também insights relevantes sobre a eficiência das operações — e pode indicar áreas que precisam de melhorias.  

Uma margem baixa ou negativa pode apontar processos internos ineficientes ou custos elevados que precisam ser otimizados.  

Com base no indicador, o gestor pode tomar decisões mais assertivas, como reduzir despesas operacionais, ajustar preços ou buscar novos fornecedores.

Contribuir com a gestão estratégica

O Ebitda também pode ser usado como parâmetro para analisar o nível de endividamento de uma startup ou como instrumento de cálculo de valuation.

Nesse contexto, vale mencionar que, embora seja muito utilizada por gestores e investidores, não é uma métrica que deve ser analisada isoladamente.

Ao avaliar o desempenho do seu negócio, considere também outros indicadores, como fluxo de caixa, CAC, LTV, estrutura de capital, etc.

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Como calcular a margem Ebitda?

Calcular a margem Ebitda (medida em percentual) é muito simples, desde que você tenha os dados do Ebitda, que é o resultado nominal, e a receita total. 

A fórmula de cálculo é a seguinte:

  • Margem Ebitda = (Ebitda / Receita total) x 100.

Vamos supor que uma empresa tenha um Ebitda de R$ 500 mil e uma receita total de R$ 2 milhões.

O cálculo da margem Ebitda, nesse caso, seria:

  • Margem Ebitda = (500.000 / 2.000.000) x 100 = 25%.

No período de apuração, portanto, a startup gerou um lucro operacional de 25% em relação à sua receita total.

Qual a margem Ebitda ideal?

A margem Ebitda ideal é bastante subjetiva e depende de uma série de fatores, como modelo de negócio, segmento de atuação, ciclo de desenvolvimento, etc.

Uma empresa atacadista, por exemplo, pode ter margem Ebitda apertada, mas ganha no volume de transações.

Uma empresa de serviços altamente customizados, por outro lado, pode ter margens bem mais elevadas, mas um faturamento relativamente menor.

Vale destacar que as startups potencialmente escaláveis, diferentemente de uma empresa convencional, conseguem crescer as receitas (e os lucros) sem aumentar os custos na mesma proporção.

Esse crescimento exponencial torna o negócio atrativo a ponto de os investidores aportarem seus recursos, mesmo diante dos riscos inerentes ao ambiente de extrema incerteza.

Qual a relação entre a margem Ebitda e o ciclo de vida da empresa?

A margem Ebitda de uma startup pode variar bastante ao longo do ciclo de vida do negócio. 

No estágio inicial, é comum que seja negativa, devido aos altos investimentos em desenvolvimento de produto e marketing — ou à ausência de receitas relevantes.

Mas, conforme a empresa ganha tração e aumenta suas vendas, a margem Ebitda tende a melhorar.

Esse movimento é conhecido como “curva J”, no qual os lucros inicialmente caem antes de começarem a subir.

Na fase de crescimento, uma startup pode apresentar margens positivas, mas ainda instáveis, dependendo da necessidade de reinvestimentos.

Uma vez que a empresa atinge a maturidade, a margem Ebitda tende a se estabilizar em patamares mais elevados, refletindo maior eficiência operacional e controle de custos.

Essa trajetória torna o indicador um termômetro do amadurecimento do negócio, ajudando a identificar o momento certo para escalar as operações, fazer um IPO ou buscar novos investimentos.

Como analisar a margem Ebitda em startups?

A margem Ebitda pode ser analisada sob diferentes aspectos, mas o objetivo é um só: medir a eficiência operacional do negócio.

Para saber se sua startup está sendo ou não eficiente, algumas dicas são:

  • Comparação com benchmarks do setor (empresas concorrentes)
  • Tendências ao longo do tempo (crescimento da margem Ebitda, queda ou lateralização)
  • Comparações internas (margem Ebitda realizada versus projetada)
  • Contextualização com outros indicadores.

Em relação ao último tópico em especial, é fundamental que você faça uma reunião de indicadores a fim de obter uma visão mais fidedigna do seu negócio.

Se a margem Ebitda estiver aquém do desejado, por exemplo, outras métricas podem explicar o motivo, como o CAC, Burn Rate e LTV.

Quais as limitações da margem Ebitda?

Embora a margem Ebitda seja amplamente utilizada para avaliar a eficiência operacional, algumas limitações podem distorcer a análise, especialmente em startups ou negócios altamente endividados.

Afinal, o indicador:

Desconsidera o impacto do endividamento

A margem Ebitda ignora despesas financeiras, como o custo do capital de terceiros, o que pode ser problemático para empresas que dependem de financiamento para crescer.

Um negócio com margem Ebitda de 40%, por exemplo, pode parecer saudável.

No entanto, se tiver um alto nível de dívida e juros elevados a pagar, o lucro líquido pode ser muito menor ou até negativo. 

Não leva em conta despesas com impostos

A margem Ebitda ignora também os custos com impostos, o que pode levar à interpretação equivocada da lucratividade.

No regime tributário Lucro Real, por exemplo, que considera o lucro fiscal efetivamente apurado como base de cálculo para os principais tributos federais, isso fica ainda mais evidente.

Ignora depreciação e amortização

Para negócios que investem em ativos fixos (como tecnologia ou infraestrutura), a depreciação pode impactar significativamente os resultados contábeis e financeiros.

A margem Ebitda ignora esses fatores, dificultando a avaliação da capacidade de renovação de ativos e investimentos no longo prazo.

Apresenta riscos de resultados inflados por ajustes não recorrentes

Outro detalhe que vale mencionar é quanto à exclusão de despesas consideradas não recorrentes, como reestruturações ou bônus extraordinários. 

Dependendo de como são feitos, esses ajustes podem criar a falsa impressão de lucratividade operacional.

Em casos assim, o Ebitda não revela se a empresa consegue manter o desempenho ao longo do tempo.

Outros indicadores para avaliar além da margem Ebitda

Ao longo do texto, vimos que a margem Ebitda, a exemplo de outras métricas, tem pontos fortes e fracos que precisam ser considerados e ponderados. 

Sendo assim, para uma análise mais completa, você precisa adotar outros indicadores em conjunto com a margem Ebitda, como:

  • Burn Rate: mede o quanto uma startup está gastando mensalmente — KPI essencial para avaliar a sustentabilidade do negócio em momentos de queima de caixa
  • CAC (Custo de Aquisição de Clientes): indica o custo médio para adquirir um novo cliente, importante para analisar a eficiência das estratégias de marketing e vendas
  • LTV (Lifetime Value): representa o valor gerado por um cliente durante todo o período em que ele se mantém ativo. Um LTV maior que o CAC sugere um modelo de negócio sustentável
  • Fluxo de caixa operacional: avalia a capacidade da startup de gerar caixa a partir das operações, fornecendo uma visão mais clara da saúde financeira
  • Margem bruta: ao analisar a margem bruta, é possível entender melhor a eficiência nos custos de produção e o impacto na margem Ebitda
  • Endividamento líquido: revela o nível de alavancagem da empresa, essencial para entender o risco financeiro.

Ao complementar a margem Ebitda com essas métricas, a análise fica muito mais rica, permitindo uma compreensão clara e aprofundada do desempenho da startup.

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