Empresas internacionais que contratam brasileiros: como isso afeta o mercado de tecnologia?

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Não há dúvidas de que as empresas internacionais que contratam brasileiros descobriram no home office um importante aliado para impulsionar o recrutamento além-território.

Por força das circunstâncias, muitos profissionais precisaram se adaptar ao trabalho remoto durante a pandemia e isso acarretou em uma antecipação de tendência com reflexos globais. 

O home office provou que, para muitas profissões, sobretudo do setor de tecnologia, não existe barreira geográfica quando se tem ferramentas digitais eficientes de trabalho e de comunicação.

Para as empresas internacionais que contratam brasileiros, esse foi um movimento oportuno diante do crescimento exponencial da demanda por profissionais de TI

Para as empresas locais, no entanto, a situação é outra: o efeito do trabalho sem fronteiras agravou um quadro já preocupante quando o assunto é mão de obra especializada. 

Siga a leitura para compreender melhor.

Empresas internacionais que contratam brasileiros: entenda a tendência

As empresas internacionais que contratam brasileiros para trabalho remoto, ao que tudo indica, integram uma tendência global de caça-talentos.

Segundo um levantamento divulgado em 2022 pelo AG Immigration Group (em inglês), apenas nos Estados Unidos, 871 empresas contrataram brasileiros para 184 cargos diferentes em 2021.

A pesquisa extraiu os dados do Departamento de Trabalho dos EUA e considerou contratações dos mais diversos segmentos.

O Brasil foi o sexto país com mais cidadãos estrangeiros empregados nos EUA, atrás apenas de Índia, China, México, Coreia do Sul e Filipinas.

Entre as empresas internacionais que mais contrataram brasileiros, destaque para:

  • Abbyland Foods
  • Microsoft
  • Orion Travel Technologies
  • SS Concrete Floors
  • Google.

Quanto às funções, o levantamento da AG Immigration Group destaca em primeiro lugar o cargo de desenvolvedores e programadores, com 108 vagas preenchidas em 2021.

Mas há outros destaques, como:

  • Analista de Sistemas de Computadores
  • Analistas Financeiros
  • Engenheiros Elétricos e Eletrônicos
  • Designer
  • Gerentes de TI e Outros Profissionais de Computador, etc.

Diante das possibilidades de se trabalhar remotamente, surgem também as empresas globais de recrutamento e seleção, como a Deel e a Revelo.

A Deel, por exemplo, é uma startup norte-americana especializada em selecionar profissionais internacionalmente. 

Com presença em mais de 150 países, sua função é intermediar as contratações conforme a legislação de cada país, prestando serviços até de gestão de folha de pagamento

A empresa tem mais de 100 mil profissionais gerenciados e 8 mil clientes cadastrados.

Desde o início da pandemia, cresceu mais de 20 vezes.

Quais as vantagens de trabalhar online para empresas estrangeiras?

Para o profissional, as empresas internacionais que contratam brasileiros abrem um horizonte vasto de oportunidades.

No estudo citado neste artigo, os números referem-se apenas às empresas americanas, mas há organizações do mundo inteiro interessadas nos melhores cérebros do Brasil.

Entre as vantagens de conseguir uma vaga remota para trabalhar em uma empresa internacional, o salário certamente é o mais relevante. 

Afinal, o profissional vai receber em dólar, euro ou outra moeda forte, o que já garante um upside em relação ao real considerando a variação do câmbio.

“A média de remuneração de profissionais de tecnologia no Brasil está por volta de R$ 8 mil para nível júnior. No exterior, o profissional começa ganhando, pelo menos, R$ 20 mil”, disse Lucas Mendes, cofundador da Revelo, em entrevista ao G1.

Além dos ganhos monetários, há outras vantagens, como:

  • Experiência profissional
  • Flexibilidade de horário
  • Equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, etc.

Vale mencionar que as empresas internacionais que contratam brasileiros geralmente remuneram por tarefas e não por carga horária.

Qual o problema com as empresas estrangeiras que contratam brasileiros para trabalhar online?

As empresas internacionais que contratam brasileiros contribuem com o agravamento de um quadro que já preocupa as startups locais: o “apagão” de mão de obra em TI

Conforme uma pesquisa da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), o Brasil vai precisar de 797 mil profissionais de tecnologia até 2025. 

O problema é que apenas 53 mil pessoas com perfil para trabalhar na área são formadas por ano, número muito aquém da demanda.

Além disso, os melhores profissionais são “assediados” pelas empresas internacionais, sobretudo dos Estados Unidos e da Europa.

Como se proteger da concorrência de empresas estrangeiras?

A escassez de mão de obra em TI, agravada pela concorrência com as empresas internacionais que contratam brasileiros, sem dúvida é um importante desafio que precisa ser enfrentado. 

Como empreendedor do ecossistema startup, você pode adotar diferentes estratégias de captação e retenção de talentos para driblar esse problema, como:

  • Oferecer oportunidades ao colaborador de crescer junto com a empresa, como o partnership, em que os melhores da equipe podem se tornar sócios do negócio
  • Promover ou participar de programas de formação de talentos (algumas big tchs, como XP Inc. e iFood, têm seguido por esse caminho)
  • Recorrer a universidades e outras instituições de ensino em busca de profissionais em formação e treiná-los para compor seu quadro de pessoal
  • Promover uma cultura organizacional colaborativa que contribua com um clima agradável de se trabalhar, considerando que o profissional de startup leva em conta não apenas o salário
  • Acompanhar a tendência das empresas internacionais que contratam brasileiros e também buscar talentos mundo afora por meio das empresas globais de recrutamento e seleção.

Quanto ao último tópico, é importante você ter em mente que, embora o nosso ecossistema de inovação seja relevante na América Latina, ainda não temos a reputação de um Vale do Silício. 

Além do mais, contratar profissionais experientes em outros países e remunerá-los em reais pode ser um desafio, dependendo das condições do câmbio do país em questão. 

Nesse aspecto, competir em mercados como o europeu ou o norte-americano pode não ser viável do ponto de vista da estrutura de custo de pessoal para a sua startup.

Mas há outros países, como os próprios vizinhos latino-americanos ou os integrantes dos BRICs, em que as moedas são depreciadas frente ao real e que podem valer a pena considerar tal estratégia.

São países que, em outras épocas, talvez passassem despercebidos, mas que agora podem ser peças centrais no desenvolvimento internacional de tecnologia e inovação.

Enfim, como empreendedor, você deve avaliar as possibilidades e montar seu plano estratégico alinhado às tendências globais. 

Afinal, não é inteligente remar contra a maré.

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