Indispensáveis a toda organização séria e comprometida, a ética e transparência estão diretamente ligadas à escalabilidade e à sustentabilidade das startups no longo prazo.
São conceitos que sustentam a governança corporativa, que, por sua vez, tem a missão de proporcionar uma gestão honesta e focada na mitigação de riscos.
Afinal, para crescer exponencialmente, uma startup precisa de mais do que uma boa ideia ou de um modelo de negócio disruptivo.
Precisa de parcerias, dinheiro de investidores, pessoas-chave na equipe e executivos que, de fato, vestem a camisa.
Nesse contexto, a ética e transparência representam um compromisso com a construção de uma cultura organizacional sólida e de valor.
Siga a leitura para entender melhor.
O que é ética e transparência?
Ética e transparência são valores que fazem parte dos pilares de sustentação da governança corporativa desde as primeiras fases do ciclo de crescimento de uma startup.
Ética, no contexto dos negócios, é o conjunto de princípios e valores que guiam ações e decisões.
Uma empresa ética age de maneira justa, honesta e responsável em todos os seus stakeholders (clientes, funcionários, investidores e comunidade).
A transparência, por sua vez, diz respeito à divulgação clara e oportuna das informações relevantes sobre a empresa a seus públicos de interesse.
No contexto das startups, pode se manifestar de várias maneiras, como o compartilhamento de informações financeiras com os investidores ou relatórios ESG com a comunidade.
Na relação com os clientes, a transparência envolve a divulgação de todas as informações relevantes de maneira clara sobre produtos, serviços, preços e políticas de privacidade.
Ao incorporar esses valores desde o início, a startup ganha a confiança dos clientes, dos colaboradores e, principalmente, dos investidores.
Qual a importância da ética e transparência nas organizações?
A ética e a transparência estão diretamente relacionadas à imagem e à reputação de uma empresa.
No mercado, isso vale muito.
Ninguém arrisca fazer negócios com uma empresa com histórico de condutas antiéticas, fraudulentas ou que manipulam informações.
Há diversos exemplos de problemas dessa natureza que acabaram com grandes corporações.
Para uma startup que precisa se consolidar no mercado, os benefícios da ética e da transparência são diversos, como:
- Reputação: uma empresa ética e transparente conquista a confiança de seus clientes, colaboradores, parceiros e da sociedade em geral
- Atração e retenção de talentos: contratar profissionais talentosos é um desafio para empresas de tecnologia, principalmente devido à escassez de mão de obra
- Mitigação de riscos: uma gestão ética e transparente evita problemas jurídicos e sanções decorrentes de práticas antiéticas e criminosas
- Captação de recursos: investidores procuram startups que prezam pela ética e, sobretudo, pela transparência na alocação dos recursos.
Vale ressaltar ainda que a ética e a transparência não são apenas essenciais à reputação imediata da empresa, mas também contribuem com a sustentabilidade a longo prazo.
Empresas que negligenciam esses princípios podem enfrentar o escrutínio público, boicotes de consumidores e outros desafios que colocam em xeque sua própria existência.
Por que as startups precisam ser éticas e transparentes?
As startups, por sua natureza inovadora e disruptiva, precisam ainda mais da confiança de seus stakeholders para prosperar.
Nesse contexto, a ética e a transparência contribuem com um ambiente propício ao crescimento, atraindo investimentos e construindo relações de longo prazo.
Cabe mencionar que, em algum momento na trajetória de crescimento, a startup pode se tornar uma S/A ou mesmo abrir capital na bolsa de valores.
Em muitos casos, pode fazer IPO inclusive no exterior.
As fintechs brasileiras Inter e Nubank são exemplos.
Para chegar a patamares como esses, a empresa precisa de níveis elevados de governança para continuar crescendo e desbravando mercado.
Quanto à captação de recursos especificamente, a partir da fase de tração a startup começa a lidar com investidores institucionais (fundos venture capital ou private equity) que precisam prestar contas a seus investidores.
A essa altura, você precisará de um conselho de administração que preste contas sobre o desempenho da empresa, além de outras estruturas sofisticadas.
Como tornar a sua empresa mais ética e transparente?
A ética e transparência, como vimos, devem fazer parte das bases de toda empresa desde o nascimento.
São valores inegociáveis, sem os quais nenhum projeto empreendedor continua de pé.
A maneira como você vai implementar esses valores no dia a dia, no entanto, pode variar conforme a fase do negócio.
Em uma série de episódios do podcast Por Dentro do Foguete, Angelo Machado, CEO da Comece, e Marcos Perillo, CFO da Conta Azul, discutem a governança nas diferentes fases de uma startup.
O segredo, segundo eles, é dosar a governança conforme o estágio para “não sobrar nem faltar”.
A seguir, confira algumas dicas que podem ajudar sua empresa a ser mais ética e transparente.
- Código de conduta: mesmo que seu negócio ainda esteja nas fases embrionárias, crie um código de conduta claro e objetivo que defina os valores e princípios da empresa
- Comunicação clara e assertiva: implemente canais de comunicação eficazes para que colaboradores e stakeholders possam reportar dúvidas, sugestões e denúncias
- Prestação de contas: reporte relatórios periódicos sobre os resultados da empresa, incluindo informações sobre sustentabilidade, responsabilidade social e governança corporativa
- Cultura de diálogo: incentive também uma cultura de diálogo aberto e honesto, em que todos se sintam à vontade para expressar suas ideias e preocupações.
Muito mais do que boas práticas, a ética e transparência são pré-requisitos para o sucesso das empresas modernas em um mundo cada vez mais conectado.
Ao implementar medidas que promovam esses valores, sua empresa constrói um ambiente de confiança, atrai talento, impulsiona o crescimento e contribui com um futuro mais responsável.
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