Mercado de startups: tendências e perspectivas para 2023

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Após um período de crescimento sem precedentes, o mercado de startups dá sinais de que os ajustes iniciados em 2022 devem continuar em 2023.

Ao longo do ano passado, startups que cresciam a taxas exponenciais surpreenderam o mundo com notícias de demissões em massa em uma tentativa de cortar custos.

O aperto monetário decorrente do descontrole inflacionário em escala planetária pode explicar parcialmente esse movimento, mas as causas vão além.

Quanto às perspectivas futuras, qualquer previsão ou estimativa tem uma boa dose de incerteza, afinal, ninguém sabe o que de fato ocorrerá, ainda mais no universo da inovação.

A partir de um cenário-base, no entanto, é possível crer que 2023 será um ano de desafios, sobretudo em relação à captação de recursos.

Continue a leitura e entenda o raciocínio.

Perspectivas para o mercado de startups em 2023

De maneira geral, as perspectivas para o mercado de startups em 2023 (e talvez nos próximos anos) não são tão otimistas quanto nos últimos quatro ou cinco anos.

Do ponto de vista de investimentos, os números evidenciam que o volume de recursos destinados às empresas inovadoras diminuiu em 2022 e pode continuar nesta tendência em 2023.

Considerando o primeiro semestre do ano passado, por exemplo, o tombo foi de 44% em relação ao mesmo período de 2021: US$ 2,92 bilhões ante US$ 5,26.

Os dados são de uma pesquisa da plataforma Distrito, divulgada pela CNN.

Segundo o próprio relatório, o resultado reflete um “contexto de inflação, juros altos e crise política global que atingiu também o mercado de tecnologia”.

Essa fuga de capital pode ser explicada de diferentes maneiras:

  • O investidor sempre avalia o potencial retorno de um investimento em relação ao risco. Quanto maior o risco, maior deve ser o retorno potencial
  • Se o cenário está mais desafiador para a economia real, os impactos certamente comprometerão o plano de crescimento das startups no médio/longo prazo
  • Diante de um cenário de incertezas, o investidor tende a ser mais cauteloso e criterioso, optando, em muitos casos, por preservar o caixa ou aplicar em ativos de menor risco
  • Com menos dinheiro à disposição, as startups têm mais dificuldade para captar e são obrigadas a retardarem ou cancelarem seus projetos.

Além do cenário macro, existem também questões específicas do ecossistema que influenciam nas perspectivas para 2023.

João Kepler, investidor-anjo e CEO da Bossanova Investimentos, escreveu um artigo no qual explica por que o freio de arrumação e os ajustes devem continuar.

“Embora em 2022 muitas startups tenham aprendido a lição e diminuído suas taxas de queima de caixa, outras ainda estão perdendo dinheiro e precisando levantar capital em 2023 para não fechar. Eu disse ao longo de 2022 que o melhor dinheiro é o dinheiro do cliente e que o foco deveria ser o break even”, escreveu.

Na visão deste especialista em venture capital, após um período em que os recursos eram abundantes para qualquer promessa de novo unicórnio, o que se espera agora são aportes muito mais seletivos.

Tendências promissoras para o mercado de startups em 2023

Quanto ao mercado de atuação das startups, o que se espera é uma ampliação do leque de oportunidades, levando em conta que ainda há muitos setores da economia que carecem de modernização

Se até agora as fintechs despontaram como as startups que mais cresceram e captaram, a partir de 2023 vale ficar de olho nos seguintes mercados:

Cibersegurança

Startups que desenvolvem soluções de segurança cibernética podem ter muitas oportunidades de negócio, sobretudo devido à LGPD.

Vale ressaltar que, à medida que a transformação digital avança sobre todos os aspectos do cotidiano de pessoas e empresas, os ataques hacker também crescem.

Segundo estudo da Fortinet noticiado pela CNN, o Brasil registrou 31,5 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos a empresas somente no primeiro semestre de 2022, um aumento de 94% em relação ao mesmo período do ano anterior.

ESG

A agenda ESG (Environmental, Social and Governance) também deve abrir muitas oportunidades para o mercado de startups em 2023 e nos próximos anos.

A abordagem, no entanto, deve ser menos teórica e mais prática, conforme João Kepler, da Bossanova.

Uma pesquisa global da EY, reportada pela Exame, mostra que as práticas ESG direcionam a decisão de 99% dos investidores no Brasil, tendência que deve continuar em 2023.

Outro levantamento, este da Ace Cortex, revela que 343 startups brasileiras atualmente atuam em soluções relacionadas à pauta ESG.

Várias delas são do tipo B2B, ou seja, atendem outras empresas, como Ambev, Natura, Votorantim e Itaú.

A Morningstar, por sua vez, informa que o patrimônio de fundos de investimento dedicados ao ESG no mundo é de US$ 1 trilhão, o que dá uma ideia do tamanho das oportunidades para o mercado de startups.

IoT (Internet das Coisas)

Com a cobertura 5G, podemos esperar também um crescimento substancial da demanda por soluções IoT (Internet das Coisas).

O conceito, que se refere à conexão de objetos à internet, pode abrir um oceano de oportunidades tanto para startups que desenvolvem serviços e produtos para o consumidor final quanto para empresas.

Conforme a empresa de consultoria IoT Analytics (em inglês), estima-se que até 2025 o mundo tenha aproximadamente 27 bilhões de dispositivos IoT conectados.

Como preparar sua startup para o mercado de investidores em 2023?

O mercado de startups, ao que tudo indica, ainda passará por ajustes e correções ao longo de 2023, mas isso não significa que a fonte de recursos secou ou que as oportunidades acabaram.

Os fundos venture capital e outros investidores que conhecem o mercado continuarão apostando em bons projetos, embora mais seletivos.

Portanto, para preparar sua startup para o mercado e atrair a atenção dos investidores, você precisa profissionalizar o seu negócio, conforme as dicas a seguir:

  • Apresente seu histórico de resultados (ou projeção fundamentada): startups que bateram as metas têm mais chance de sucesso nas rodadas de captações
  • Cuidado com o valuation: seja racional ao adotar as premissas de avaliação do seu negócio. Se for preciso, adote o earnout
  • Crie métricas e indicadores de performance, com atenção especial ao burn rate (taxa de queima de caixa)
  • Profissionalize o seu setor contábil e financeiro com a ajuda de um parceiro estratégico, como a Comece com o Pé Direito.

Ainda sobre captação de recursos, outro aspecto que vale ressaltar é quanto ao estágio da startup.

Para as empresas de tecnologia em estágio seed, por exemplo, o primeiro semestre de 2022 foi o melhor da história.

Isso se deve, em parte, aos fundos brasileiros de venture capital focados em startups iniciantes, estratégia que não deve mudar em função de uma mudança de cenário.

De toda forma, você deve estar preparado para 2023, preferencialmente com o apoio da Comece com o Pé Direito, o maior player contábil especializado em empresas inovadoras do Brasil!

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