O break-even point é um marco importante perseguido pelas startups, principalmente quando o negócio conta com aportes de investidores.
Afinal, trata-se de um indicador que sinaliza o ponto de virada, quando a empresa finalmente sai do vermelho e se prepara para começar a operar no azul.
Ao longo deste artigo, vamos entender a importância do break-even, especialmente no contexto das empresas inovadoras, e refletir sobre seu papel na tomada de decisões.
Vamos abordar também a inteligência de dados como uma aliada indispensável na implementação e gestão de indicadores de desempenho.
Siga a leitura e descubra o que é break-even point, sua importância para empresas inovadoras e como fazer o cálculo.
O que é break-even point?
Break-even point (ou ponto de equilíbrio, em português) é um indicador financeiro que marca o momento em que as receitas de uma empresa se igualam às despesas.
Ao alcançar esse patamar, o negócio sai do prejuízo e alcança a neutralidade financeira — não há lucro ainda, mas também não tem prejuízo.
Esse marco é especialmente importante no contexto das startups, principalmente por se tratar de negócios que naturalmente queimam muito caixa nos primeiros ciclos de vida.
Não é incomum uma startup iniciar uma trajetória de crescimento exponencial, a ponto de atrair parceiros e investidores, mesmo operando no prejuízo.
Isso ocorre inclusive com unicórnios: sucessivas DREs no vermelho, apesar do tamanho.
Contudo, negócios são feitos para gerar resultados e o break-even point é um importante sintoma disso.
Além do mais, serve como parâmetro para a criação de metas de vendas, estratégias de precificação ou captação de recursos no mercado.
Qual a diferença entre break-even e payback?
Embora break-even point e payback estejam relacionados à análise financeira e ambos forneçam informações valiosas a gestores e investidores, os propósitos são diferentes.
Break-even point
O break-even point, como vimos, marca o “zero a zero” financeiro da empresa, ou seja, quando as receitas empatam com as despesas.
Trata-se de uma ferramenta valiosa para determinar a quantidade mínima de vendas necessárias para atingir a neutralidade financeira.
Payback
O payback, por sua vez, é uma métrica que indica o tempo necessário para recuperar o investimento feito em um projeto ou empresa.
Em outras palavras, é o intervalo de tempo necessário para o fluxo de caixa cobrir o investimento inicial.
A partir do payback, o lucro sobre o investimento começa a ser contabilizado, resultado medido por meio de um outro indicador: o ROI.
A principal diferença entre break-even e payback, portanto, pode ser resumida assim:
- O break-even point se concentra em determinar o volume de vendas necessário para atingir a neutralidade financeira
- O payback foca no tempo necessário para recuperar o investimento inicial.
Para que serve o break-even point
A principal função do break-even point, em conjunto com outros indicadores financeiros, é ajudar o empreendedor a tomar boas decisões.
Mesmo uma startup que ainda não alcançou o ponto de equilíbrio pode adotar medidas para alcançar esse patamar, usando para isso:
- Metas de vendas realistas: ao calcular o break-even point, o empreendedor pode determinar a quantidade mínima de vendas necessárias para cobrir os custos fixos e variáveis
- Precificação de produtos e serviços: o break-even point tem condições de nortear a política de preços de forma a garantir que cada venda contribua para cobrir custos, com margem de contribuição o suficiente para gerar lucro
- Planejamento financeiro: o cálculo do break-even point permite ainda que as empresas antecipem o “marco zero” e planejem suas finanças
- Otimização de custos: startups são negócios que gastam muito dinheiro na validação de suas soluções, mas os recursos são escassos e o break-even point ajuda a delinear medidas de austeridade de contenção de despesas.
Como calcular o break-even point?
Para calcular o break-even point, você precisará de três informações contábeis-financeiras essenciais:
- Custos fixos
- Despesas fixas
- Margem de contribuição em percentual.
Custos e despesas, para fins contábeis, são conceitos ligeiramente diferentes, apesar de serem tratados como sinônimos.
Os custos são gastos relacionados à atividade-fim da empresa, como aquisição de mercadorias ou matéria-prima.
As despesas têm relação com as atividades secundárias, como os gastos administrativos.
A margem de contribuição, por sua vez, é a quantia em dinheiro que sobra da receita após deduzidos os gastos variáveis.
Com essas três informações determinadas, basta aplicá-las à seguinte fórmula:
- Break even point = (custos fixos + despesas fixas) / margem de contribuição em percentual.
Qual a importância do break-even point para startups?
No contexto da gestão de startups, o break-even point norteia as decisões do gestor e é uma espécie de termômetro do modelo de negócio.
Antes do ponto de equilíbrio, o negócio pode precisar de dinheiro novo para se manter de pé, caso o capital social disponibilizado pelos sócios não seja o suficiente.
Após o break-even point, novos aportes de capital até podem ocorrer, mas o objetivo geralmente é outro: acelerar o crescimento rumo à escalabilidade.
Do ponto de vista dos investidores que colocam recursos no negócio em troca participação societária, o ponto de equilíbrio representa uma “virada de chave”.
Tanto que essa é uma informação relevante que precisa aparecer nos pitchs de apresentação.
Afinal, se o investidor vai colocar dinheiro em um projeto potencialmente lucrativo, precisa ter uma estimativa de quando começará a obter retorno.
Vale dizer que os lucros, contabilizados após o break-even point, não necessariamente precisam ser distribuídos aos sócios-investidores.
Podem ser reinvestidos no próprio crescimento da startup, elevando o valuation.
Inteligência de dados para a sua startup
Vimos que o break-even point é essencial para fundamentar decisões estratégicas e é uma informação muito apreciada pelos investidores de startups.
Mas como monitorar e gerir os indicadores financeiros sem precisar calcular manualmente um por um?
A resposta é: por meio da inteligência de dados aplicada à contabilidade consultiva, serviço oferecido por uma empresa especialista no assunto.
Não vale, portanto, qualquer escritório generalista de contabilidade.
Precisa ser um parceiro contábil especializado em startups, que usa Business Intelligence, dashboard financeiro e KPIs estratégicos como ferramenta de gestão.
Nesse universo, a Comece com o Pé Direito é o principal player nacional.
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